domingo, 18 de setembro de 2016

Leishmaniose
O calazar é a segunda doença parasitária que mais mata no mundo – apenas a malária é mais mortal. Assim como a doença de Chagas e a doença do sono, o calazar é uma das mais perigosas doenças tropicais negligenciadas (DTNs).
A leishmaniose visceral (VL), também conhecida como Calazar é a forma mais grave da leishmaniose, sendo a segunda doença parasitária que mais mata no mundo (apenas a malária é mais mortal). Assim como a doença de Chagas e a doença do sono, o Calazar é uma das doenças tropicais negligenciadas (DTNs) mais perigosas, que, se não for tratada, chega a ser fatal em mais de 95% dos casos
O calazar é endêmico em 47 países e aproximadamente 200 milhões de pessoas correm o risco de serem infectadas. É altamente endêmica no subcontinente indiano e no leste da África. Estima-se que 200 a 400 mil novos casos de VL ocorram anualmente no mundo. Mais de 90% dos novos casos ocorrem em 6 países: Bangladesh, Brasil, Etiópia, Índia, Sudão do Sul e Sudão.

O que causa o calazar?
A leishmaniose é causada pelo protozoário parasita Leishmania que é transmitido pela picada de mosquitos infectados. O parasita ataca o sistema imunológico e, meses após a infecção inicial, a doença pode evoluir para uma forma visceral mais grave, que é quase sempre fatal se não for tratada.
A doença afeta algumas das pessoas mais pobres do mundo e está associada à desnutrição, deslocamento de população, condições precárias de habitação, um sistema imunológico fraco e falta de recursos financeiros. A Leishmaniose, em geral, também está ligada a mudanças ambientais como o desmatamento, construção de barragens, sistemas de irrigação e urbanização.

Sintomas do calazar
Inicialmente, os parasitas da leishmaniose causam feridas no local da picada do mosquito. A doença, quando progride, se manifesta de dois a oito meses após a infecção com e se caracteriza por acessos irregulares de febre, perda de peso, fraqueza, aumento do baço e do fígado, e anemia.

 

Diagnosticando o Calazar
O diagnóstico e realizado combinando os signos clínicos com os testes serológicos e parasitológicos. Os testes mais efetivos para diagnóstico de leishmaniose são invasivos pois demandam amostras de tecido, gânglios linfáticos ou da medula espinhal. Esses testes requerem instalações laboratoriais e especialistas que não estão disponíveis imediatamente em áreas endêmicas e com poucos recursos.
O método mais comum para diagnosticar o Calazar é o teste da tira reagente. Entretanto, esse método é muito problemático. Em áreas endêmicas, pessoas podem ser infectadas pelo calazar, mas podem não desenvolver a doença. Assim, nenhum tratamento será demandado.
Infelizmente, o teste da tira reagente detecta apenas se o paciente é imune ao calazar. Então, se o parasita estiver presente, o teste vai apontar que a pessoa tem a doença. Por isso, não pode ser usado para verificar se o paciente está curado, se foi reinfectado ou se teve uma recaída.

 

Tratando o calazar
O Calazar é uma doença tratável e curável. Todos os pacientes diagnosticados precisam tratamento rápido e completo.
Existem diferentes opções de tratamento para o Calazar, com efetividade e efeitos colaterais variados. Antimônios penta valentes são, normalmente, o grupo de medicamentos de primeira linha, administrados como tratamento de 30 dias de injeções intramusculares. Enquanto antimônios são bastante tóxicos e representam um risco aos pacientes que recebem o tratamento, aqueles que são curados do Calazar quase sempre desenvolvem imunidade vitalícia. Pesquisadores esperam identificar formas de simplificar os regimes de tratamento, melhorar a segurança e reduzir o risco de resistência a medicamentos.
Desde 1989, MSF tratou cerca de 100 mil pacientes com calazar. MSF também está em campanha para que mais pesquisas sobre técnicas de diagnóstico adequadas e medicamentos com preços acessíveis sejam desenvolvidos para tratar essa doença negligenciada.
Com a ajuda de nossos doadores, nós tratamos mais de 100 mil pessoas com a doença desde 1988. Em 2015, MSF tratou 5.400 pessoas afetadas pela doença.

BIBLIOGRAFIA:
COMPILADO

http://www.msf.org.br/o-que-fazemos/atividades-medicas/leishmaniose

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