Entamoeba histolytica
Introdução
Esse
protozoário, habitante do intestino grosso humano, pertence ao sub-filo Sarcodina,
tendo forma amebóide e locomovendo-se através de pseudópodos.
Caracteriza-se por apresentar uma fase de vida comensal, por isso 90% dos casos
de amebíase são assintomáticos, entretanto o parasito pode ser tornar
patogênico, provocando quadros disentéricos de gravidade variável. A amebíase
assintomática costuma ocorrer mais no centro-sul do país, enquanto a
sintomática ocorre com mais freqüência na região amazônica.
Biologia
do parasito
Seu ciclo evolutivo é monoxeno, ou seja, a Entamoeba histolytica completa seu ciclo em apenas um hospedeiro, e o modo de infecção é fecal-oral, ou seja, o homem se infecta ao ingerir cistos presentes na água ou nos alimentos contaminados. O desencistamento ocorre na porção final do intestino delgado, liberando os trofozoítos que passam a viver como comensais e a reproduzir-se por divisão binária. Através de mecanismos ainda desconhecidos, mas possivelmente relacionados com a ruptura do equilíbrio intestinal (baixa de imunidade local, alteração da flora intestinal, lesões de mucosa, etc.), os trofozoítos tornam-se patogênicos e invadem a parede intestinal, alimentando-se de células da mucosa e de hemácias. Em casos de infecção crônica podem invadir outros órgãos através da circulação sangüínea, especialmente ao fígado.
Os
trofozoítos que permanecem no intestino sob a forma comensal reduzem o seu
metabolismo, armazenam reservas energéticas e secretam uma parede cística ao
seu redor, formando os cistos, que são eliminados através das fezes. Dentro do
cisto o parasito realiza divisão binária formando quatro novos indivíduos que desencistam quando chegam ao intestino de um novo
hospedeiro. Os cistos podem permanecer viáveis fora do hospedeiro por cerca de
20 dias, caso as condições de temperatura e umidade não sejam adequadas, logo
eles são as formas de resistência do parasito no ambiente. Os trofozoítos, entretanto, são lábeis no ambiente.
Patogenia
e prevenção
O ciclo
não-patogênico, na luz do intestino grosso, e o ciclo patogênico, que se realiza na parede intestinal, no
fígado e em outros órgãos, podem ocorrer simultaneamente. Com a mucosa
intestinal inflamada, o paciente manifesta febre, dor abdominal prolongada,
diarréia com posterior disenteria (fezes com muco, pus e sangue), distensão
abdominal e flatulência. Em casos mais graves, pode ocorrer anemia, necroses
extensas da mucosa, colite ulcerativa, apendicite, perfuração intestinal e peritonite.
Os trofozoítos podem chegar a outros órgãos através da circulação,
especialmente ao fígado, onde provocam a formação de abcessos e o desenvolvimento de um quadro
freqüentemente fatal.
O diagnóstico
laboratorial é feito pela visualização de trofozoítos com hemácias fagocitadas,
presentes com maior freqüência em fezes diarréicas. O cisto de Entamoebahistolytica é bastante semelhante aos
cistos de espécies comensais de Entamoeba sp., e a identificação, feita através da
morfologia e do número de núcleos, torna o diagnóstico complexo. Atualmente, a
detecção de anticorpos ou antígenos é uma importante ferramenta para o
diagnóstico da amebíase e pode ser associado ao diagnóstico de imagem ehistopatológico.
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